Especialista em evolução da espécie diz que dar à luz bebê com síndrome de Down ‘é imoral’

Um dos principais cientistas do mundo no estudo sobre evolução das espécies chamou a atenção de pessoas do mundo todo após fazer uma declaração polêmica no Twitter. O biólogo britânico Richard Dawkins escreveu em sua conta que, se uma mulher estivesse grávida de um feto com síndrome de Down, “deveria abortar” porque “seria imoral” para trazê-lo para o mundo. Nesta quarta-feira (20), ele ainda escreveu para mais de 1 milhão de seguidores que a Irlanda só não era civilizada em uma área e colocou o link de um artigo intitulado "A Igreja Católica prefere barbárie medieval ao aborto moderno".

 

A partir de então vários internautas começaram a criticá-lo. O católico irlandês Aidan McCourt perguntou: “994 seres humanos com síndrome de Down deliberadamente mortos antes do nascimento na Inglaterra e no País de Gales em 2012. Isso que é civilizado?”. "Sim, é muito civilizado. Esses são os fetos, diagnosticados antes que eles tenham sentimentos humanos”, respondeu, e mais tarde acrescentou: "Aprenda a pensar em formas não-essencialistas. A questão não é 'é humano', mas 'ele pode sofrer? '". Quando uma mulher disse que não saberia o que fazer caso fosse informada que estava grávida de uma criança com Down, o biólogo retrucou: "Abortar e tente novamente. Seria imoral para trazê-lo para o mundo, se você tem a escolha".

 

Nesta quinta (21), no site da sua fundação, o biólogo pediu desculpas pelo "frenesi" criado no feed da sua conta do Twitter. Após dar uma explicação sobre a síndrome, Dawkins afirma que geralmente os pais que cuidam de filhos com síndrome de Down formam fortes laços de afeto com eles, como fariam com qualquer criança, o que provavelmente causou as reações de ódio. Ele ainda defendeu que, quando a síndrome é detectada, "a maioria dos casais optam por aborto e a maioria dos médicos recomenda isso”, já que a mulher “estaria condenando a si mesmo como mãe (ou como um casal) a uma vida de cuidar de um adulto com necessidades de criança”. Ainda assim, reforçou que a escolha seria da mãe e que não “sonharia” em tentar impor sua visão a ninguém. Informações de O Globo.