Bahiatursa ainda não pagou artistas que tocaram no Carnaval, diz Sindicato dos Músicos
Mais de 5 meses após a realização do Carnaval de Salvador,
alguns artistas ainda não receberam os valores acordados na contratação.
A informação foi dada por uma artista independente – que prefere não se
identificar com medo de retaliações nas próximas edições do evento.
"Precisamos trabalhar, mas também precisamos receber. Os músicos nos
cobram o tempo todo e somos chamados de caloteiros sem termos culpa",
reclamou um dos prejudicados. A situação foi confirmada pelo diretor
administrativo do Sindicato dos Músicos no estado e presidente da Ordem
dos Músicos do Brasil, Sidney Zapata. Mas, segundo ele, o problema é
ainda mais profundo. “A prefeitura tinha um convênio de R$ 1 milhão com o
estado, mas dois, três dias antes do Carnaval, o secretário estadual de
Turismo, Albino Rubim, disse que não reconhecia o carnaval de bairro e
retirou o recurso. Nós ficamos com os artistas sem ter orçamento”,
criticou. Zapata afirma que, “a toque de caixa”, foram conseguidos R$
600 mil para honrar o compromisso com alguns dos que foram pautados e a
responsabilidade de pagamento passou a ser dividida entre a Secretaria
de Desenvolvimento, Turismo e Cultura (Saltur) e a Empresa de Turismo da
Bahia (Bahiatursa). Ele admite que alguns atrasos foram causados pelos
próprios artistas, que tiveram problemas na entrega das documentações
exigidas, mas diz que a questão é maior do que se imagina. “Nós já
conversamos com Diogo Medrado (Bahiatursa) e o secretário Guilherme
Bellintani (Saltur). O município, inclusive, já começou a pagar há uns
15 dias o que faltava. Mas o problema é muito mãos grave do que se
pensa. Alguns artistas olham a demora, nós olhamos o cenário como um
todo”, avalia. Ele ainda afirma que, caso algum artista não seja pago,
deve levar o problema à Justiça. “Só não judicializamos agora porque
faria com que os que vão receber agora tivessem que esperar o fim do
processo para receber”, explica.
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