Após um processo de
reintegração de posse movido pelo advogado do município de Ipiaú,
Agnaldo Teixeira , sob a responsabilidade do prefeito Deraldino Araújo, o
Juiz de Direito Cesar Batista, determinou em audiência realizada no
parque de exposições, no dia 18 de junho de 2014, o prazo de um mês
para que as 47 famílias que ocuparam as casas populares do conjunto
Cesar Borges , deixassem o local.
Durante a audiência, a
primeira decisão foi que os moradores desocupassem as casas num prazo de
oito dias, mas após reclames populares, foi dado o prazo de 30 dias.
Segundo a prefeitura, também foi oferecido um auxílio de R$200 para que
as famílias possam alugar casas em outros locais.
Para os ocupantes,
nenhuma das alternativas dadas pela prefeitura e mesmo com a decisão
judicial, eles asseguram que não irão deixar o local, sob alegação de
quem não terão para onde ir. Dona Florisbela Araújo de 62 anos de idade
garante que não tem outro local para morar e desabafa: Disseram pra
gente desocupar se não iam jogar nossos pertences na rua. Tiveram muito
tempo para terminar essas casas e não fizeram, agora deixem a gente em
paz aqui que o que tiver que fazer nas casas a gente faz. Querem botar a
gente pra fora daqui e se a gente sair sei que não vão devolver as
casas pra nós. Se sairmos vamos pra onde, pra debaixo da ponte”?
questiona dona Florisbela.
Valdirene Gomes dos
Santos, disse que todos estavam cansados de esperar mais de 5 anos que
fizeram o cadastro. “as famílias não têm para onde ir. Se nós ocupamos é
por que realmente precisamos”. Caliane Silva Santana acrescentou que o
prefeito Deraldino chegou a assinar uma ata que dava o direito da
prefeitura finalizar as obras sem ter que remover os ocupantes, mas que
no dia da audiência foi ignorada e esquecida pelas autoridades. “A ata
dizia que a gente ia pra casa de um parente durante o dia enquanto eles
terminavam as obras e nós voltávamos pra casa a noite para dormir, mas
quando chegou na audiência ninguém quis saber de nada”, explicou.
Jocimar Ferreira da Paixão suplicou ajuda do Ministério Público,
representantes da OAB e sociedade organizada. “A gente é que deu três
prazos e nunca foi finalizada a obra. Na verdade nós precisa de uma
força maior, advogados ao nosso lado por que dessa maneira não
conseguimos brigar com autoridades” frisou Jocimar.
Na placa de sinalização
consta que a construção de 50 casas populares, oriundas do Programa
Habitação Social do Governo Federal, na extensão do Conjunto Residencial
César Borges, próximo à Br-330, trecho Ipiaú-Barra do Rocha, foi
iniciada em 2010, com previsão para serem entregues a população carente
em 2011, mas até este ano de 2014 não foram concluídas pela prefeitura
de Ipiaú o que motivou a ocupação das casas, cuja a obra gerou recursos
da ordem de R$ 742 mil reais liberados pelo governo federal. (Informe
Ipiaú)
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