Seis presos queimados vivos por outros detentos em rebelião


Seis presos foram mortos por outros detentos, em uma rebelião que durou mais de oito horas no presídio de Eunápolis, nesta segunda-feira (28). Sete feridos foram levados para o Hospital Geral, mas não correm risco de morrer. Atingidos por pedras, dois policiais militares também tiveram ferimentos leves. Os mortos, em sua maioria presos acusados de estupro, foram amarrados a colchões e queimados vivos. Os corpos, ainda não identificados, foram encaminhados para o IML de Porto Seguro.
 
Representantes da Polícia Militar, junto com o superintendente de gestão prisional da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária e o diretor do presídio ainda decidem o local para onde os presos serão encaminhados, pois a ala não tem condições de abrigar os detentos.
De acordo com o major Cléber Santos, comandante da 7ª CIPM, a PM foi convocada para dar apoio a uma revista que seria feita nas celas da unidade prisional, o que provocou revolta no momento da fiscalização. 'Cerca de 350 presos quebraram o pátio todo. Precisamos entrar para o estrago não ser maior. Tivemos apoio dos Bombeiros, pois eles queimaram muitos objetos’, disse o major Cléber.
 
Uma funcionária da direção do presídio, que não quis se identificar, informou que a unidade está com cerca de 600 detentos – a capacidade é para 456 internos. Os presos Udson Nascimento Jesus, 31 anos e Wagno Santos Porto, de 32, foram levados para o Hospital Geral no começo da rebelião. Segundo um médico, eles apresentavam perfurações nas pernas. 
 
O major Gilson Paixão, diretor do presídio, disse que, durante a revista, um policial efetuou disparo nas pernas dos detentos para resguardar a integridade física de agentes que tentavam fazer a revista. 'Eles depredaram a unidade, matando friamente, queimados, seis internos. Todos que morreram tinham rivais e estavam na cela conhecida como seguro, arrombada na rebelião. Pelos menos dois não são estupradores', declarou Paixão.
 
 
O juiz da Vara de execuções penais de Eunápolis, Otaviano Andrade Sobrinho, e a presidente da Ordem dos Advogados do Brasil na cidade, Roberta Tutrut, tentaram em vão negociar uma rendição dos presos antes de a polícia determinar a ocupação do local. Segundo Roberta, os presos não chegaram a apresentar nenhuma reivindicação nem explicaram as razões da rebelião. 
 
Familiares dos detentos recebiam ligações dos detentos, relatando a situação no conjunto penal. Os parentes dos internos fizeram muito tumulto em frente ao presídio, querendo notícias. Eles quebraram obstáculos de concreto na entrada do presídio e tentaram interditar a via de acesso com galhos de árvore e pneu, mas policiais militares logo dispersaram o movimento.
 
'Nosso papel foi a utilização da força no sentido de conter a violência dentro do presídio. Usamos meios não letais, incialmente, granada e outros artefatos com muita segurança. A situação era crítica. Fogo, fumaça, vários corpos, mas conseguimos controlar e debelar a crise', falou o major Anacleto França, comandante da CIPE-Mata Atlântica.
Por volta das 17h30, a rebelião foi contida por cerca de 60 policiais. A ala onde ocorreu a rebelião foi totalmente destruída e queimada.
(Inf. Bocão news)

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