29 março, 2014

Para especialistas, piloto de avião que pousou de barriga foi 'exemplar'

Especialistas em aviação afirmaram que a atuação do piloto responsável pela aeronave que fez pouso emergencial no Aeroporto Internacional de Brasília Juscelino Kubitschek nesta sexta-feira (28) foi exemplar. Após falha no conjunto de rodas de pouso dianteiras de avião da companhia Avianca, ele conseguiu aterrissar, com segurança, apenas com as rodas traseiras e encostando a “barriga” do avião na pista – como mostra um vídeo postado na internet. Momentos antes de aterrissar, o piloto Eduardo Verly pediu  calmamente à torre de controle do aeroporto “apoio total” em solo. “A partir de agora a gente declara emergência”, afirmou o piloto cerca de 15 minutos antes de pousar. O avião deu voltas sobre Brasília para gastar o combustível da aeronave e garantir os procedimentos de segurança, o que diminui os riscos de uma explosão na aterrissagem. Para Jorge Barros, especialista em segurança de voo com formação pela Força Aérea Brasileira e pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), Verly tomou todos os procedimentos ensinados nos cursos de formação. “Pelo que percebi, o desempenho do piloto foi exemplar, conforme o que é treinado num simulador de voo. Esse tipo de procedimento, de aterrissagem sem os trilhos [conjunto de rodas], é sempre treinado nos cursos, mas nunca com avião de verdade”, afirmou Barros ao G1. Edson Luiz Gaspar, coordenador do curso de aviação civil da Universidade Anhembi Morumbi, em São Paulo, disse que todas as condutas do piloto foram corretas. “Ele foi extremamente técnico e cauteloso, adotou todas as providências que recomenda o manual do piloto. Ele ficou girando ate queimar o combustível, comunicou a todos e à torre de forma serena. Teve cautela e não se afobou em momento algum. Foi exemplar”, declarou Gaspar. A aeronave da Avianca fazia trecho entre Petrolina, em Pernambuco, e Brasília. Os ocupantes tiveram de deixar a aeronave, um modelo Fokker 100, por uma rampa inflável. Apesar de elogiar o piloto, Jorge Barros alerta para os cuidados que as companhias aéreas precisam ter na manutenção de aeronaves. “Focamos muito no desempenho do piloto, mas esquecemos que pode haver problema na manutenção. A empresa tem que abrir investigação interna para saber porque não funcionou o trilho dianteiro. O Fokker 100 é um modelo que tem histórico de problemas e acidentes”, disse. A Avianca não informou que medidas tomou para apurar as causas do acidente. O caso é investigado pelo Cenipa e o prazo para a conclusão da análise é de trinta dias.

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