Filha de grávida mantida em cativeiro na Bahia via agressões: 'Um horror'

A  filha de 8 anos da grávida mantida em cárcere privado por 4 meses em Feira de Santana, na Bahia, presenciava as agressões sofridas pela mãe. A vítima, de 26 anos, conta que a criança ficava assustada e não demonstrava reação."Ela ficava parada me olhando, assustada, mas não tinha reação de falar nada. Ela não falava não, só ficava parada me olhando, com o olho assustado", conta a vítima. O suspeito, de 31 anos, é ex-companheiro da mulher e também pai da garota. Ele foi preso na segunda-feira (17).Segundo Clécia Vasconcelos, titular da Delegacia Especial de Atendimento a Mulher (DEAM), a vítima foi mantida em cárcere privado de outubro de 2013 até o dia 13 de fevereiro de 2014, quando conseguiu fugir. No período presa ela sofreu várias agressões e chegou a perder a visão de um dos olhos. "Durante esse tempo em que esteve em cativeiro, teve o cabelo cortado com a faca, ele ateou fogo na cabeça dela, quebrou os dentes com um martelo e introduzou um garfo em um dos olhos causando cegueira. Ele também tentou fazer com que ele abortasse, dando chutes e murros na barriga", relatou a delegada Clécia Vasconcelos.  Ela engravidou de um outro homem durante a prisão do suspeito.

Familiares da vítima contam que chegaram a suspeitar do caso, mas não denunciaram à polícia. "Com medo dele fazer alguma coisa com ela, de sofrer mais ainda. E medo com a gente também", diz um parente, que prefere não se identificar. Vizinhos da casa onde a mulher foi mantida em cativeiro afirmam que não desconfiaram das agressões. "Moro vizinho e mesmo assim nunca prestei atenção. Não vi nada", garante o comerciante Nílton Carlos Peixoto.            Após escapar, a mulher foi encaminhada para um hospital, de onde já teve alta médica. Ela não chegou a perder o bebê. "Muito ruim. Eu não podia fazer nada com medo também", disse a vítima. "Estou mais aliviada que ele está preso", acrescenta. O suspeito já havia sido preso em junho de 2013 após ameaçar a ex-companheira de morte. "No fim do semestre, ele recebeu a liberdade provisória e foi solto. Depois, ficou procurando ela até encontrá-la e obrigá-la a ir até um imóvel que ele tinha alugado numa localidade onde não tem vizinho. Assim, ele a manteve em cárcere privado até que ela conseguiu fugir", disse a delegada Clécia Vasconcelos.Segundo a delegada, as agressões teriam ocorrido como represália pela prisão.  "Ele dizia que ela ia pagar pelo mal que fez a ele", conta.  O homem irá responder pelos crimes de tortura e cárcere privado.
(fonte G1)

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