Urologista afirma que uso recreativo do Viagra é como ‘óculos para quem enxerga bem’
Primeiro medicamento para tratar a disfunção erétil, o Viagra completa, em 2013, 15 anos. Apesar de ser recomendado para pessoas que sofrem com o problema, que afeta também os relacionamentos, o remédio é procurado até por jovens na casa dos 20 anos. Para quem acha que o uso recreativo do fármaco vai impulsionar a performance sexual, o médico Geraldo Eduardo de Faria, coordenador geral do Departamento de Sexualidade Humana e Andrologia da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), desmitifica a questão. “É mais ou menos como receitar óculos para quem enxerga bem”, disse ao IG. Segundo Faria, o que acontece em pacientes sem disfunção erétil que fazem uso da droga é o efeito placebo – quando um remédio não apresenta resultados clínicos na pessoa, mas terapêuticos. Segundo o diretor médico da Pfizer no Brasil, Eurico Correia, o aumento da dose também não apresenta resultados significativos. “Estudos clínicos mostram que não há melhora na eficácia, mas podem ter efeitos colaterais: rubor facial, cefaleia [dor de cabeça], peso no estômago, aceleração na frequência cardíaca, mas este caso é mais raro. Na maioria dos pacientes você tem uma tolerabilidade”. Geraldo Faria acrescenta: “Se não tiver estímulo sexual, não tem ereção. Não tem como ficar horas e horas e o próprio incômodo que isso causa o faria perder a ereção”. De acordo com o diretor médico da Pfizer, 100 miligramas é a dosagem máxima aconselhável. “Em média, 50 mg são suficientes para resolver a situação clínica – quando há uma situação a ser resolvida – do paciente. Você não deve tomar mais do que isso em 24h. Alguns pacientes com grau mais avançado de DE [disfunção erétil] podem necessitar de 100 mg logo de cara. A dose tem que ser segundo a necessidade do paciente e, mesmo os que precisam devido ao grau de prejuízo, não podem repetir a dose. Na bula, está especificado que é no máximo 100 mg durante 24h”, orienta.
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