Lutador de MMA morre antes de combate; fisiologista diz que faltam regras no esporte

O caso da morte do lutador de MMA, Leandro Caetano de Souza, conhecido como "Feijão", nesta quinta-feira (26) abre uma polêmica sobre as exigências da competição e a saúde, e mesmo a vida, dos atletas. Feijão, que lutaria contra Gabriel Brasil, nesta sexta (27), faleceu pouco antes da pesagem oficial. Ele teria ido para uma sauna quente, na intenção de perder liquido, o que acabaria na diminuição do peso, no enfraquecimento do atleta, no desmaio e no óbito. Leandro Caetano foi levado para o hospital, mas não havia nada a fazer. Segundo o fisiologista Alexandre Dortas, preparador do lutador Júnior Cigano, o caso deve ser visto com preocupação por quem dirige esses eventos. “Isso que aconteceu foi extremamente lamentável. Um absurdo. É necessário que se criem regras para que os atletas não precisem se sacrificar tanto. Eu já vi atletas perderem 12 quilos em uma semana”, protestou o também professor universitário em contato com o Bahia Notícias. 

Dortas disse que a prática é mais comum em categorias mais leves e está relacionada também com a queda de qualidade dos combates. Ele explica que para atingir o peso ideal, os lutadores deixam de consumir água e usam, entre outros “recursos”, o que chamam de “banheira de sal”, para acelerar o metabolismo e provocar mais perda de peso. O fisiologista explica que o corpo humano é constituído de 80% e água, e se o atleta perde de 7% a 8% de peso, pode ser levado à perda de consciência e até a morte. Um dos treinadores de “Feijão”, André Chatuba, afirmou que o lutador ainda precisava tirar 900 gramas dos 56,7 quilos previstos para o momento da luta. "Pelo que me parece tem sim relação com a perda de peso, porque no hospital eu perguntei ao atleta da Nova União se ele tinha pesado. Ele me respondeu que faltavam 900 gramas, por isso estava fazendo sauna e desmaiou", afirmou ao UOL. Exames e laudos periciais serão realizados e devem apontar as causas da morte do atleta.