Núcleos de reatores provavelmente estão derretendo, admite Japão
TÓQUIO - Autoridades japonesas disseram nesta segunda-feira, 14, que as barras de combustível nuclear parecem estar derretendo dentro dos três reatores do complexo de Fukushima, afetados pelo abalo sísmico e pela tsunami da última sexta-feira.
O Secretário Geral do Gabinete japonês Yukio Edano disse nesta segunda que apesar ser possível checar diretamente, "é muito provável que isto (o derretimento) esteja acontecendo". Tal processo poderia levar a um grave vazamento de material radioativo, e por isso as autoridades japonesas lutam contra o tempo para evitar um desastre nuclear de maiores proporções.
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Horas mais cedo, uma explosão de hidrogênio afetou o reator 3, arrancando o teto da instalação. A Tokyo Electric Power Co (Tepco), empresa que administra a usina, não descarta o risco de um acidente nuclear maior no local. A usina de Onagawa apresentou um problema semelhante no domingo. Em Fukushima, já houve a necessidade da liberação de gás proveniente dos reator 1 anteriormente para aliviar a pressão e evitar o derretimento das barras de combustível.
Segundo a empresa, as barras de combustível ficaram totalmente expostas, após uma queda do nível de água que cobria o combustível nuclear. Ocorreu então um superaquecimento que pode ter levado ao derretimento do núcleo. Posteriormente, os níveis de água se recuperaram. Entretanto, as barras voltaram a ficar completamente expostas, elevando o alerta no complexo de Fukushima. De acordo com a rede de TV japonesa NHK, detectou-se radioatividade ao redor do local.
No outro reator, a segunda explosão de hidrogênio em três dias danificou o teto do prédio e foi sentida a uma distância de 40 km.Ao menos 11 funcionários ficaram feridos. O governo ordenou que pessoas num raio de 20 km da usina ficassem dentro de suas casas.
Ao menos 180 mil pessoas foram retiradas de áreas próximas à usina e 160 podem ter sido contaminadas pelo vazamento de radiação de um terceiro reator, o de número 1, ocorrida no sábado. Os danos estruturais à usina foram causados pelo terremoto de magnitude 9 da última sexta-feira, que interrompeu o fornecimento de energia e o sistema de resfriamento dos reatores do complexo.
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