Moradores da Fazenda do Povo consomem água contaminada
A Embasa - Empresa Baiana de Água e Saneamento, através do laboratório Regional da Unidade de Negócios de Jequié e do escritório local de Ipiaú entregou ao Vereador Nena Passos (PSC) - a seu pedido - Laudos de Análise da qualidade da água consumida no Povoado da Fazenda do Povo com o resultado dos testes de bacteriologia.
Saúde é tratada com água contaminada
A primeira coleta aconteceu na torneira da sala de vacina da Unidade de Saúde da Família Manoel Cipriano no dia 06 de janeiro. De acordo com o laudo expedido pelo engenheiro químico Adelino Cariolando Santos de Souza (CRQ N° 07402166) a amostra analisada não atende ao padrão microbiológico de potabilidade determinado pela Portaria N° 518/2004 do Ministério da Saúde.
O Limite Máximo do Órgão de Regulamentação permitido para a presença de Coliformes Totais e/ou Coliformes Termotolerantes em cada 100mL de água é a seguinte: ausência total da bactéria ou 2,2 NMP – Número Mais Provável de coliformes a cada 100mL. Na análise da água recolhida na Unidade de Saúde a contaminação chegou a 4,0 NMP de Coliformes Totais.
Contaminação da água utilizada para consumo humano chega a até 23 vezes a mais que o tolerável
O dado que mais causou preocupação, chamando a atenção do vereador Nena - autor de uma Indicação apresentada na Câmara Municipal de Ipiaú e aprovada por unanimidade em sessão ordinária que levou a Embasa a coletar e analisar a qualidade da água consumida na Fazenda do Povo - foi o grau de contaminação apontado pelo laudo bacteriológico para a água coletada na torneira do poço artesiano e que é distribuída para as residências: 23NPM/100mL. Ou seja, a água consumida pelos moradores daquele povoado apresentou um índice de contaminação por Coliformes Totais de 23 vezes a mais o permitido para consumo humano e por Coliformes Termotolerantes de 12 vezes a mais o exigido pela Portaria 518/2004 do Ministério da Saúde.
Associação recebeu cópias dos laudos
Os laudos com os resultados laboratoriais foram entregues pelo Vereador Nena Passos ao Presidente da Associação dos Pequenos Produtores Rurais da Fazenda do Povo, Gerino Menezes Lopes. A intenção é alertar aquela comunidade sobre os riscos de contraírem doenças e enfermidades diversas consumindo uma água com tão elevado grau de contaminação. Também conscientizar a comunidade para cobrar do médico e prefeito Deraldino Araújo uma solução urgente para o problema.
Durante um congresso no município de Salvador em setembro de 2009 o Vereador Nena Passos teve a oportunidade de conhecer o empresário mineiro Rubinger, especialista em potalização de água e sócio da HYDROTEST Indústria e Comércio, empresa de equipamentos para descontaminação de água.
Após breve relato da situação de abastecimento de água pelo qual passavam os povoados da Fazenda do Povo e Córrego de Pedras, Rubinger falou das soluções que sua empresa tinha para o problema e comprometeu-se a procurar o governo de Ipiaú para oferecer seus produtos e serviços numa tentativa de resolver a potabilização e abastecimento de água nestes dois povoados.
O contato entre a Hydrotest e o Governo de Ipiaú se deu em meados de novembro e dezembro de 2009, início de 2010, através do diretor da empresa Pedro Rogedo e do secretário municipal Helvécio Cardoso. O acordo fechado de imediato entre ambos - cada um representando seus órgãos - foi para que a Hydroteste instalasse experimentalmente no tanque de distribuição de água da Fazenda do Povo um kit de descontaminação com capacidade de potabilizar 7.000.000 (sete milhões) de litros de água por refil.
A Hydroteste constantemente enviava prepostos à Fazenda do Povo para coletar a água e fazer a análise da sua qualidade, sempre constatada como prória para consumo humano.
Estes mesmos prepostos foram designados pelo diretor Pedro Rogedo a buscarem junto ao secretário Helvécio Cardoso, uma resposta oficial do governo local sobre o interesse ou não de adquirir o equipamento. Nunca obtiveram uma resposta, positiva ou negativa.
Após cerca de quatro ou cinco meses o refil já começava a não fazer mais o efeito de potabilizar a água, e seria necessária sua troca para que o equipamento instalado continuasse sua função de descontaminação da água. Porém a empresa, diante da mudez do governo, decidiu por não trocar por sua conta própria o refil e optou também por retirar o kit ali instalado.
Custo de aquisição e operação do Potabilizador de água
O custo de aquisição do equipamento na época era da ordem de R$ 8.000,00 (oito mil reais). Isso significava que por litro de água potabilizada e desinfectada - já ideal para consumo humano - a prefeitura pagaria irrisórios R$ 0,001. O único custo fixo seria com a troca do refil que custava R$ 2.000,00 (dois mil reais) e só deveria ser trocado a cada 7.000.000 litros potabilizados ou mais ou menos a cada quatro ou cinco meses.
Este equipamento resolveria o problema da população da Fazenda do Povo que passaria a beber uma água potável, livre de qualquer contaminação e de qualquer substância prejudicial à saúde humana. A última torneira - num raio de mais de 10 a 15 km - conseguiria receber água tão perfeita quanto a primeira. O tempo de instalação do kit era de apenas quatro horas e ele não consome energia elétrica.
Poço artesiano
Utilizando recursos públicos - dinheiro do povo - o governo do município de Ipiaú construiu recentemente, em área particular de um político conhecido do local - um tanque para captação de água via poço artesiano. São dois os principais erros desta obra.
Primeiro: o Povoado da Fazenda do Povo já é atendindo por um poço artesiano com caixa dágua para distribuição domiciliar, construídos em terreno público, com recusros públicos, pelo Governo do Estado da Bahia, através da CERB - Companhia de Engenharia Rural da Bahia. Encontra-se ativo e operando.
Segundo: Lendo o primeiro erro observa-se que o investimento necessário para a captação de água já foi realizado. É necessária a potabilização da mesma para consumo humano. Daí se pergunta: qual critério técnico, pessoal ou político foi utilizado para decidir pela aplicação de recursos público do DNOCS - Departamento Nacional de Obras Contra a Seca em área particular cujo acesso a qualquer tempo poderá ser assegurado ou não pelo proprietário? E quando houver troca de gestor municipal e o que tomar posse não for o da sua corrente política, quem garantirá que a captação de água ali continuará a ser permitida ao poder público para distribuição à comunidade ?
Vereador se pronuncia sobre água contaminada
“Qualquer prefeitura é obrigada a levar água potável para todas as famílias e indivíduos que estejam dentro do seu município, sejam nos distritos, vilarejos, comunidades ou qualquer outro "aglomerado" de pessoas que vivem em alguma área. Em Ipiaú não pode ser diferente. O prefeito, seja ele quem for, tem a responsabilidade e obrigação de oferecer esse serviço aos cidadãos.
Como se trata agora também de uma questão de saúde pública, a intervenção para solução do problema tem que ser imediata. Em Córrego de Pedras a situação do abastecimento não é diferente. A Câmara precisa deixar de ser tão governista e se posicionar mais ao lado do povo, cobrando do gestor e seus auxiliares soluções práticas e rápidas para os problemas mais básicos e essenciais como abastecimento de água potável.” – Declarou o Vereador Nena Passos.
Nena Passos
Vereador - PSC
Fonte
Assessoria de Imprensa
www.nenapassos.com
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