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''Fazemos parceria da contrapartida para pagar o Ministério do Esporte''

Karina Rodrigues, DIRIGENTE DA ONG BOLA PRA FRENTE E FILIADA AO PC DO B
Em entrevista ao Estado, a vereadora e ex-jogadora de basquete Karina Rodrigues (PC do B) admitiu a cobrança das prefeituras para oferecer o Programa Segundo Tempo. Argumentou que precisa dos recursos para pagar a contrapartida de R$ 520 mil exigida pelo Ministério do Esporte.
Ela afirma que, se o prefeito não pagar, não tem como receber o projeto intermediado por sua ONG. A prefeitura de Holambra (SP), por exemplo, substituiu o contrato da administração municipal de Cordeirópolis, que desistiu de pagar pela parceria. Karina diz que a Bola Pra Frente (que ela agora chama de Pra Frente Brasil) oferece serviços que o ministério não garante, como psicóloga e nutricionista.
O contrato com a prefeitura de Cordeirópolis era para implantar o Segundo Tempo, certo?
Sim, era o Segundo Tempo.
A ONG Bola Pra Frente recebe R$ 13 milhões do governo federal. Por que você cobrou da prefeitura se já dispõe s os recursos públicos?
Porque fiz uma parceria para suprir a contrapartida que o ministério cobra da gente.
Em outras prefeituras o sistema é parecido?
Em todas as prefeituras onde a ONG desenvolve o Segundo Tempo fazemos uma parceira da contrapartida para pagar o Ministério do Esporte.
E se o prefeito não tiver como pagar para vocês?
Eu não tenho como implantar o projeto na cidade dele. O Segundo Tempo não paga FGTS do funcionário, seguro de vida, contadores. Hoje temos uma guia de INSS de R$ 148 mil por mês. O ministério paga só o salário do professor.
O contrato da ONG com o ministério não fala em parcerias com prefeituras, mas apenas da responsabilidade de vocês em implantar o Segundo Tempo. Por que a direção da ONG, como você, por exemplo, não dá como contrapartida a mão de obra, abrindo mão dos salários?
Não tenho porque fazer isso. É um problema nosso e se você achar que tem algo errado você denuncia ao TCU (Tribunal de Contas da União). Você não pode me obrigar a doar meu salário pra ninguém.
O prefeito que não quer pagar, mas quer ter o Segundo Tempo, como deve fazer para conseguir o programa?
Vai ao Ministério do Esporte e pede a parceria.
Mas se o ministério não dá resposta...
Pergunte ao ministro, não sou o ministro do Esporte. Eu posso responder pela minha entidade.
É desigual a briga de vocês com os prefeitos, não acha?
Aí você liga para o ministro Orlando e ele responde.

INFORMAÇOES, ESTADÃO

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