aposentadoria dos governadores Baihanos
Na Bahia não havia este negócio mal-cheiroso de aposentadoria vitalícia para governadores, depois de um mandato de quatro anos (não havia reeleição). A vantagem foi introduzida apenas para beneficiar um ex, Régis Pacheco, que governou o Estado no início dos anos 50. Tratava-se de um médico de Vitória da Conquista, sem destaque político, que foi alçado ao cargo, num processo eleitoral marcado pela emoção, diante de um acidente aéreo que vitimou o então candidato preferido, Lauro de Freitas, perto de Guanambi. Naquele acidente morreu também o pai de Nilo Coelho, Gersino, que viria a ser governador da Bahia em substituição a Waldir Pires, que renunciou. Outro acidente com um candidato se registrou no município de Caatiba, matando Clériston Andrade e diversos políticos, um mês antes do pleito. Ele estava virtualmente eleito. Em seu lugar entrou João Durval. Régis Pacheco não foi um governador operoso, mas era extremamente sério com a coisa pública. Tanto assim que, no fim da vida, na mais completa miséria, não tinha dinheiro sequer para pagar hospitais e médicos que cuidavam da sua saúde. Foi assim, então, que o saudoso deputado Newton Macedo Campos, socialista, conseguiu que a Assembléia Legislativa aprovasse a aposentadoria de Régis. Os governadores que vieram a seguir aproveitaram a brecha e também se aposentaram, locupletando-se. Aqui, portanto, a aposentadoria vergonhosa, indecente, foi introduzida pela decência de Macedo Campos, pela sua generosidade e pelo estado de pobreza total do ex-governador, Régis Pacheco, que exercia a medicina sem cobrar dos pobres.
(Samuel Celestino)
(Samuel Celestino)
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