Desastre em MG custará até R$ 14 bilhões, dizem técnicos
Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil
A recuperação do meio ambiente e as
indenizações pelo desabamento das barragens da Samarco no distrito de Bento
Rodrigues, em Mariana, vão custar entre R$ 10 bilhões e R$ 14 bilhões. A
estimativa fo apresentada pelo relator do Código da Mineração, deputado
Leonardo Quintão (PMDB-MG), que atribui o levantamento a técnicos da Câmara e
do Senado. Na segunda-feira (16), a mineradora fechou um Termo de Compromisso
Preliminar (TCP) com o Ministério Público Estadual (MPE) de Minas e o
Ministério Público Federal (MPF), que prevê gastos de R$ 1 bilhão. Outro
acordo emergencial foi firmado no domingo (15) no Espírito Santo. Até a
noite de segunda, 11 mortes haviam sido confirmadas. Quatro
corpos aguardavam identificação. Há ainda 12 desaparecidos. A lama atingiu o
Rio Doce, paralisou hidrelétricas e deixou cidades sem água, como Governador
Valadares. Quintão, que se reuniu em Belo Horizonte com representantes das
comissões extraordinárias da Câmara e da Assembleia de Minas para discutir as
consequências do desastre, destacou que o seguro da empresa para o desastre é
de US$ 1 bilhão (R$ 3,8 bilhões), bem abaixo do cálculo da assessoria técnica.
Ele afirmou que vai pressionar para que a Samarco e suas controladoras, a Vale e
a BHP Billiton, provisionem valor maior ainda neste ano. "É preciso que os
recursos sejam colocados hoje para serem gastos em 2016." Procurada, a
mineradora afirmou que "não pode comentar sobre as apólices, em virtude de
confidencialidade". Também os Ministérios Públicos Federal (MPF/ES),
do Trabalho (MPT) e do Estado do Espírito Santo (MPES) assinaram um Termo de
Compromisso Socioambiental (TCSA) preliminar e emergencial com a Samarco. Caso
não cumpra as obrigações firmadas no termo, a mineradora ficará sujeita ao
pagamento de multa diária de R$ 1 milhão.
por Leonardo Augusto | Estadão Conteúdo
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