Violência faz Médicos Sem Fronteiras suspender atendimento próximo a Damasco
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A organização Médicos Sem
Fronteiras (MSF) anunciou nesta terça-feira (2) que vai descontinuar seu
atendimento médico na região de Ghouta Oriental, nos arredores de Damasco, onde
dois hospitais foram atacados recentemente durante enfrentamentos entre facções
armadas. As informações são da agência EFE.
Em comunicado, a organização
explicou que adotou esta medida "até que sejam dados sinais claros de que
as partes em conflito respeitarão as instalações médicas".
A MSF explicou que no sábado (29)
30 milicianos mascarados invadiram o hospital de Haza, em Ghouta Oriental, para
resgatar alguns feridos internados no local, e levaram uma ambulância. A alguns
quilômetros dali, outro centro médico, em Aftiris, foi alvo de disparos durante
dois dias, por conta dos enfrentamentos em seus arredores, e a equipe médica
ficou encurralada.
Combates entre grupos islâmicos
perto de Damasco matam 95 pessoasA Médicos Sem Fronteiras disse que foi
impossível recuperar os feridos, inclusive aqueles que estavam nas proximidades
do lugar. A ONG disse que as informações que recebeu dos médicos no local
denunciam "graves incidentes" entre 29 e 30 de abril, quando grupos
armados opositores não mostraram qualquer consideração pela situação dos
pacientes, as instalações médicas e sua equipe.
Exigências
"Em nome dos médicos que
apoiamos, a MSF condena nos termos mais enérgicos a incursão armada a um centro
de saúde por parte de pessoas mascaradas, a intimidação dos trabalhadores e a
captura de uma ambulância", disse a diretora de Operações da MSF para a
Síria, Brice de la Vigne.
Ela afirmou que a ONG está em
contato com as facções que operam em Ghouta Oriental para transmitir suas
demandas e sua decisão de suspender o apoio médicos na região. Entre as
exigências da MSF estão: deixar doentes e feridos fora do conflito; permitir a
evacuação de pacientes e médicos; facilitar o transporte sanitário; impedir que
as instalações de saúde sejam usadas com fins militares e que nenhuma arma ou
pessoa armada entre em hospitais.
A organização pediu a todas as
facções em disputa na Síria que respeitem as instalações médicas e os
pacientes, o que significa evitar disparos e bombardeios, incursões armadas,
intimidação de médicos, roubo de ambulâncias e de materiais nos hospitais, e
detenções ou sequestros de feridos e doentes em tratamento.
(Fonte: Agência Brasil)
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