Gilmar Mendes: 'TSE não é instrumento para solução de crise política'
Foto: Agência Estado |
O ministro do Supremo Tribunal
Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes,
disse nesta segunda-feira (29), após palestra magna do 2º Congresso Jurídico da
Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), em São Paulo, que há muita
especulação na mídia sobre possíveis pedidos de vista no julgamento da chapa
Dilma-Temer no TSE, marcado para começar no dia 6 de junho.
"Há muita especulação na
mídia sobre pedidos de vistas. Se houver pedido de vistas, é algo absolutamente
normal. Ninguém fará por combinação com este ou aquele intuito", disse o
ministro. Também não cabe, segundo Gilmar Mendes, ao TSE resolver a crise
política. "Isso é bom, que se diga. O Tribunal não é instrumento para
solução de crise política. O julgamento será jurídico e judicial. Então não
venham para o Tribunal dizer: vocês devem resolver uma crise que nós criamos.
Resolvam as suas crises", bradou o ministro.
Mendes mostrou irritação ao ser
questionado sobre esta eventual postergação do julgamento durante rápida
entrevista que concedeu após a palestra. E depois se alterou novamente quando
perguntado se o que acabara de dizer era a confirmação do que havia falado
pouco antes ao jornal "Folha de S.Paulo", de que o TSE não seria
joguete do governo. "O TSE não é joguete de ninguém", gritou
novamente o ministro.
Sobre a troca de Osmar Serraglio
por Torquato Jardim como ministro da Justiça, anunciada no domingo (28) pelo
Palácio do Planalto, Mendes negou que a aproximação de Torquato com os
tribunais poderia facilitar as conversações do Judiciário com o Poder
Executivo. "A questão não é essa. A rigor, escolhas de ministros de Estado
é de competência do presidente da República", disse acrescentando que
conhece o ministro Serraglio, o qual vê como um homem competente Mendes disse
também que conhece bem o ministro Torquato Jardim, que foi seu colega na
Justiça Eleitoral. "É uma figura muito reconhecida, um professor que está
há muitos anos em Brasília e certamente desempenhará bem essa função",
afirmou.
Com relação ao questionamento
feito pelo novo ministro da Justiça sobre a abertura de inquérito contra Temer
pelo ministro Edson Fachin, Mendes disse que é uma questão a ser estudada.
"Acho que já foi questionada pelos advogados do presidente Temer e será
devidamente examinada", completou. Torquato questionou o uso de prova não
periciada - a gravação do empresário Joesley Batista de conversa com o
presidente Temer - para o pedido de abertura de inquérito.
(Fonte: AGÊNCIA ESTADO)
Comentários