Crise impõe sacrifícios, diz governo brasileiro na ONU
(Diego Vara/Reuters)
Brasil na ONU: de acordo com o governo, caso as reformas não sejam realizadas, o País será levado a um "desemprego crônico"
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Genebra – O governo brasileiro
declara na ONU que a atual crise econômica no País “impõe sacrifícios” no curto
prazo. Mas que o plano econômico e reformas vão gerar um “crescimento mais
robusto no futuro”.
A declaração é de Luislinda
Valois, ministra de Direitos Humanos do Brasil, e que nesta sexta-feira
participa do exame que o órgão das Nações Unidas faz sobre a política de
direitos humanos no País.
Os relatores da entidade, antes
do início da sabatina, criticou as reformas no Brasil, alertando que o congelamento
de gastos públicos é “incompatível” aos compromissos internacionais do País.
Ao debater a situação nacional,
porém, o governo saiu em defesa de sua orientação política. “O Brasil atravessa
um momento que impõe sacrifícios no curto prazo”, disse a ministra, diante dos
governos.
“Mas que irá garantir um
crescimento com robustez no futuro. Precisamos de grandes reformas vitais para
restaurar a credibilidade para ter um estado eficiente”, afirmou, apontando
ainda para o impacto que essas reformas teriam para atrair investimentos,
criando empregos.
Para ela, “responsabilidade
social e fiscal se somam” e é preciso haver “um cuidado com a coisa pública”.
“Diante da gravidade da crise que nos foi legada, queremos equilibrar as contas
públicas, preservando programas sociais”, insistiu.
Segundo o governo, serão essas
reformas que irão levar a um ciclo vicioso e, caso elas não sejam realizadas, o
País seria levado a um “desemprego crônico” e que minaria a capacidade de
financiar programas sociais.
A ministra também apontou para a
reforma da Previdência como uma medida para garantir sua “sustentabilidade de
longo prazo”. Ela insistiu que o projeto apresentado pelo governo de Michel
Temer “respeita os direitos adquiridos”. Mas alertou que o País precisa “modernizar
suas leis”.
Sem violar “direitos sagrados”, a
chefe da pasta aponta: “precisamos de regras mais ajustadas à economia
contemporânea”.
No total, 109 governos se
inscreveram para cobrar respostas do Brasil, o que deve ocorrer durante esta
sexta-feira. Mas o Broadcast apurou que países avaliam a possibilidade de usar
o exame com fins políticos e levantar o debate sobre a corrupção. Outro tema
será o impacto dos cortes de orçamentos nos programas sociais, também
denunciado por relatores da ONU.
Países membros das Nações Unidas
são obrigados a passar por uma Revisão Periódica Universal, um mecanismo criado
nas Nações Unidas para examinar todos os aspectos de direitos nos países de
forma regular.
Para se preparar para o
questionamento, a entidade elaborou um raio-x completo sobre a situação
brasileira nesse período desde o último exame do País, em 2012.
Nele, a entidade revela profundas
violações de direitos humanos, regressão em assuntos como terras indígenas e a
incapacidade em reduzir a violência policial e as crises nas prisões.
(Fonte: EXAME.com)
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