Temer reúne ministros e base aliada e pede que Congresso trabalhe normalmente
Arquivo/José Cruz/Agência Brasil |
Quatro dias após as primeiras
informações da delação do empresário Joesley Batista, o presidente Michel Temer
se reuniu na noite deste domingo (21), no Palácio Alvorada, com ministros e
líderes do governo no Congresso Nacional.
O objetivo da reunião,
considerada informal por aliados, foi discutir a crise política deflagrada
depois que o jornal O Globo revelou que o dono do grupo JBS gravou com o
presidente uma conversa aceita pelo Ministério Público Federal no processo em
que pediu a abertura de inquérito contra Temer.
De acordo com o líder do governo
na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Temer pediu que o Poder
Legislativo continue trabalhando na sua "normalidade". Segundo ele, o
presidente novamente se mostrou indignado com as denúncias e manifestou
confiança de que vai "superar o momento".
Ministros
"A grande resposta que
podemos dar é com as medidas que são positivas para o país. Todos os partidos
da base estiveram reafirmando apoio a Temer. Quando não estava o líder, estava
o presidente ou um ministro representando o partido", afirmou,
acrescentando que os presentes externalizaram seu "compromisso com o
país".
Os ministros Eliseu Padilha (Casa
Civil), Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência), Henrique Meirelles
(Fazenda), Helder Barbalho (Integração Nacional), Ronaldo Nogueira (Trabalho),
Gilberto Kassab (Ciência e Tecnologia) e Raul Jungmann (Defesa) participaram do
encontro.
O presidente do Senado, Eunício
Oliveira (PMDB), chegou ao Palácio da Alvorada por volta de 20h, assim como o
líder do governo no Congresso, André Moura (PSC-SE). Segundo Moura, o fato de o
Planalto ter agendado inicialmente um jantar com lideranças partidárias não foi
um recuo.
"Tratou-se de uma reunião
como as demais e que têm ocorrido desde quarta-feira. No momento certo, vamos
convocar a base para uma reunião formal", afirmou, sem informar a data.
PSDB
Representantes do primeiro
escalão do PSDB também estiveram no Palácio da Alvorada, apesar de algumas
ameaças de que o partido deixaria a base do governo: Antonio Imbassahy
(Secretaria de Governo), Aloysio Nunes (Itamaraty) e Bruno Araújo (Cidades). O
senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), novo presidente nacional da legenda, também
participou da reunião.
Mais cedo, senadores e deputados
tucanos cancelaram um encontro apenas com integrantes da legenda que estava
marcado para a tarde. Após as denúncias, o senador Aécio Neves (MG) foi
afastado do mandato e da presidência do partido.
Embora o PSB tenha decidido
romper com o governo e defender eleições diretas para a Presidência , o
ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, que é filiado à legenda,
esteve reunido com Temer e os demais colegas. De acordo com relato de
parlamentares que participaram da conversa, o presidente nacional do DEM, senador José Agripino Maia (RN), também
esteve no Alvorada.
Gravação
O líder do governo no Senado,
senador Romero Jucá (PMDB-RR), também participou da reunião, assim como o
presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI), a senadora Rose de
Freitas (PMDB-ES) e alguns deputados peemedebistas. O presidente da Câmara,
Rodrigo Maia (DEM-RJ), que esteve com Temer pela manhã, no Palácio do Jaburu,
não esteve no Alvorada.
Na quarta-feira (17), o jornal O
Globo publicou reportagem, segundo a qual, em encontro gravado em áudio por
Joesley Batista, o presidente Michel Temer teria concordado que se mantivesse
uma boa relação com o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha.
O conteúdo da gravação, que tem
sido questionado pelo Palácio do Planalto , foi divulgado pelo Supremo Tribunal
Federal. Para solucionar um problema da JBS, a pedido de Temer, o deputado
Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) teria sido filmado recebendo R$ 500 mil. A
delação premiada de Batista e de seu irmão, Wesley Batista, foi homologada
nesta quinta-feira (18) pelo ministro do STF Edson Fachin, relator da Operação
Lava Jato na corte.
(Fonte: Agência Brasil)
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