Serraglio recusa transferencia e tira foro privilegiado de aliado de Temer.
(FOTO: FABIO RODRIGUES POZZEBOM/ABR)
SEGUNDO PESSOAS PRÓXIMAS AO MINISTRO, PESOU NA SUA DECISÃO, AINDA, O FATO DE O PRESIDENTE TEMER ENFRENTAR SEU MAIOR DESGASTE, COM AMEAÇAS DE PERDER O MANDATO
|
O senador
Roberto Requião (PMDB-PR) saiu em defesa do líder do partido na Casa, Renan
Calheiros (PMDB-AL), após reunião de senadores com o presidente Michel Temer,
que teriam articulado a saída de Calheiros da liderança. O paranaense disse, em
sessão plenária no Senado, que espera ser "brincadeira" a mudança do
líder de partido e subiu o tom ao lembrar do caso do deputado federal afastado
Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), flagrado com uma mala de dinheiro, e sugerir
que a retirada de apoio a Renan seria "compensada".
Depois de
um longo suspense, o ex-ministro da Justiça Osmar Serraglio decidiu que não vai
aceitar o convite do governo para assumir o Ministério da Transparência. Ele
foi demitido do Ministério da Justiça no domingo. Serraglio ficou chateado por
ter sido informado da decisão do governo pela imprensa e ter a confirmação da
sua saída por meio de uma ligação do líder do PMDB na Câmara, Baleia Rossi (SP).
O presidente Michel Temer, seu chefe, não o procurou para explicar a troca no
comando da Justiça.
Temer
iria receber Serraglio somente na tarde desta terça, mas ele tomou sua decisão
de recusar o convite antes de encontrar o presidente. O governo, portanto, foi
surpreendido. Ainda no domingo, o ministro Moreira Franco disse que Serraglio
havia aceitado o novo ministério.
Parte
inferior do formulário
Segundo
pessoas próximas ao ministro, pesou na sua decisão, ainda, o fato de o
presidente Temer enfrentar seu maior desgaste, com ameaças de perder o mandato.
Temer pode ser cassado pelo TSE, que inicia julgamento sobre a chapa com Dilma
no dia 6 de junho; ou ser pressionado a sair do cargo no rastro de acusações
feitas a ele pelo empresário delator Joesley Batista.
Serraglio
também aproveitou as dúvidas com relação ao novo ministro, Torquato Jardim, que
sinaliza para mudanças na cúpula da PF. Ele sai do cargo com o discurso de que
não interferiu na Lava Jato. O diretor-geral da PF, Leandro Daiello, é considerado
como um garantidor das investigações. Substituí-lo seria o mesmo que mexer com
a Lava Jato.
Com a
decisão de Serraglio de voltar para a Câmara, ele desaloja o deputado afastado
Rocha Loures (PMDB-PR), seu primeiro suplente. Loures também é investigado ao
lado do presidente Temer em decorrência da delação de Batista. A avaliação de
interlocutores do presidente é que mesmo sem prerrogativa de foro, o caso se
Loures permanece no STF porque é atrelado ao de Temer. (AE)
(Fonte: Diário do Poder)
Comentários