PARLAMENTARES PETISTAS JÁ TRAÇAM ESTRATÉGIA PARA ELEIÇÃO INDIRETA
(FOTO: JOSÉ CRUZ/ ABR) OS PARLAMENTARES DEFENDEM QUE O PT APOIE UM CANDIDATO QUE RETIRE AS REFORMAS DE PAUTA |
Deputados petistas apostam na
divisão da base do governo em um eventual colégio eleitoral. Neste caso,
defendem que o PT apoie o candidato que se comprometa a fazer um mandato de
“superação da crise”, com diálogo entre os diversos setores políticos e,
principalmente, retirar de pauta as reformas trabalhista e da Previdência.
Segundo um parlamentar petista, a
decisão sobre as reformas deveria ficar para o próximo presidente eleito pelo
voto popular e com legitimidade das urnas para faze-las ou não.
A ideia parte do mesmo setor da
bancada petista que defendia apoio a Rodrigo Maia (DEM-RJ) na eleição para a
presidência da Câmara, em julho do ano passado, com aval do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, mas foi obrigada a recuar diante da pressão da
militância.
Voto popular
A hipótese enfrenta oposição da
cúpula partidária que, reunida em caráter excepcional anteontem em São Paulo,
aprovou resolução que rejeita qualquer alternativa que não seja pelo voto
popular. Setores da bancada também são contra. “Nosso caminho é o das eleições
diretas”, disse o deputado Paulo Teixeira (PT-SP).
Para a cúpula petista, a
possibilidade de participar de um colégio eleitoral pode esvaziar o principal
ativo político acumulado pelo partido após deixar o governo: a reconciliação
com movimentos sociais.
Na quarta-feira, o senador
Lindbergh Farias (PT-RJ) vai apresentar na Comissão de Constituição e Justiça
do Senado parecer favorável à PEC que prevê eleições diretas em caso de
vacância da Presidência até um ano antes do fim do mandato. Hoje, o prazo é de
dois anos. “Não vamos participar de nenhum pacto que seja feito sem a
participação do povo.” (AE)
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