Mais brasileiros estão tirando o dinheiro da poupança para pagar despesas
Figura ilustrativa |
Mais da metade da população
brasileira (65%) não tinham uma reserva financeira em março último, taxa
ligeiramente acima da registrada no mês anterior (60%), segundo o Indicador de
Reserva Financeira, do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação
Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).
Iniciada em dezembro do ano
passado, a pesquisa mostra, no entanto, pequena redução na proporção dos que
não conseguiram guardar dinheiro, passando de 80% (em fevereiro) para 76% (em
março). Em janeiro, esse percentual era de 62%. A parcela que fez poupança
chegou a 19% e a média geral financeira foi de R$ 502, totalizando R$ 14,2
bilhões.
A maioria (64%) opta pela
caderneta de poupança. Um total de 20% dos entrevistados declarou que a reserva
tinha o objetivo de comprar a casa própria. O interesse em fundos de
investimento foi indicado por 10%, a previdência privada por 7%, o CDB por 6% e
o Tesouro Direto por 4%.
A pesquisa mostra também que a
minoria (14%) faz a poupança, pensando em tê-la como reserva na hora de se
aposentar. Por renda, a proporção de poupadores foi maior nas classes A e B do
que nas classes C, D e E. Entre os mais ricos, 37% pouparam, ante 60% que não
pouparam. Entre os mais pobres, 13% pouparam, ante 80% que não.
Na análise da economista-chefe do
SPC Brasil, Marcela Kawauti, além da falta de hábito dos brasileiros de poupar,
a crise econômica também impede a reversão desse comportamento. “O desafio de
boa parte das famílias é superar a queda de renda decorrente do aumento do
desemprego e do avanço recente da inflação, que corroeu o poder de compra do
consumidor.”
Resgastes
Entre os detentores de alguma
reserva financeira, mais da metade (55%) sacaram o dinheiro e a maioria fez o
resgate para quitar as contas de casa (13%). Onze por cento empregaram em
despesas relacionadas a imprevistos (11%). Os demais motivos detectados foram
despesas extras (9%), viajar (4%) e comprar casa ou apartamento (4%).
A pesquisa foi feita com 800
entrevistados de 12 capitais das cinco regiões brasileiras: São Paulo, Rio de
Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Recife, Salvador, Fortaleza,
Brasília, Goiânia, Manaus e Belém. Foram ouvidas pessoas com idade superior ou
igual a 18 anos, de ambos os sexos e de todas as classes sociais.
(Fonte: Agência Brasil)
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