JBS diz ter depositado US$ 150 milhões em contas destinadas a Dilma e Lula
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O dono do grupo JBS, Joesley
Batista, disse, em depoimentos de delação premiada, que fez depósitos em contas
no exterior no valor de US$ 70 milhões para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva e de US$ 80 milhões para a ex-presidenta Dilma Rousseff. O valor total
dos depósitos teria atingido US$ 150 milhões em 2014. As informações estão no
vídeo do depoimento divulgado hoje (19) pelo Supremo Tribunal Federal (STF),
depois que o ministro Edson Fachin retirou o sigilo das delações dos
empresários da JBS.
Joesley Batista disse que as
operações eram tratadas com o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Segundo o
empresário, o esquema começou em 2009 e o dinheiro foi usado em campanhas
eleitorais.
“Quando terminou o governo Lula,
ele [Guido Mantega] falou: 'não, agora tem que abrir outra conta, essa conta
aqui é da conta do Lula, agora tem que abrir uma para a Dilma'. Aí fiz uma
pergunta: 'eles sabem disso? O Lula sabe disso, a Dilma sabe disso?' 'Eles
sabem sim, falo tudo pra eles [respondeu Mantega]'", disse Joesley no
depoimento. Segundo o empresário, em 2014 todo o dinheiro foi retirado das
contas.
A ex-presidenta Dilma Rousseff
classificou de “improcedentes e inverídicas” as afirmações de Joesley. De
acordo com nota divulgada por sua assessoria de imprensa, Dilma não pediu
financiamentos extraoficiais e, “mais uma vez, rejeita delações sem provas ou
indícios”.
“Dilma Rousseff jamais tratou ou
solicitou de qualquer empresário ou de terceiros doações, pagamentos e ou
financiamentos ilegais para as campanhas eleitorais, tanto em 2010 quanto em
2014, fosse para si ou quaisquer outros candidatos”, diz o comunicado,
acrescentando que a petista não autorizou a abertura de empresas em paraísos
fiscais em seu nome ou de terceiros. “A verdade virá à tona”, encerra o texto.
Em nota, o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva também se manifestou sobre as acusações. Segundo Lula, os
trechos da delação premiada tratam de “supostos diálogos com terceiros” e não
foram comprovados, não havendo assim “qualquer contato” com ele. Assinado pelos
advogados de Lula, que novamente fazem críticas à Operação Lava Jato, o
comunicado afirma que as colaborações premiadas “somente são aceitas” pelo
Ministério Público se fizerem “referência – ainda que frivolamente – ao nome do
ex-presidente”.
“A verdade é que a vida de Lula e
de seus familiares foi – ilegalmente –
devassada pela Operação Lava Jato. Todos os sigilos - bancário, fiscal e
contábil - foram levantados, e nenhum valor ilícito foi encontrado, evidenciando
que Lula é inocente. Sua inocência também foi confirmada pelo depoimento de
mais de uma centena de testemunhas já ouvidas – com o compromisso de dizer a
verdade – que jamais confirmaram qualquer acusação contra o ex-presidente”,
afirmaram, na nota.
Fonte: Agência Brasil
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