JBS ajudou a financiar campanhas de 1.829 candidatos de 28 partidos
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Apostando em um futuro bom
relacionamento com prováveis candidatos que fossem eleitos em 2014, a J&F
(holding controladora do grupo JBS) destinou mais de R$ 500 milhões para ajudar
a eleger governadores, deputados estaduais, federais e senadores de todo o
país, segundo os delatores. Em um dos
depoimentos que prestou ao Ministério Público Federal (MPF), com quem firmou
acordo de delação premiada já homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o
diretor de Relações Institucionais e Governo da J&F, Ricardo Saud, entregou
um levantamento detalhado em que aponta todos os candidatos financiados pela
empresa.
De acordo com Saud, o total em
dinheiro repassado por meio de “pagamentos dissimulados” alimentou as campanhas
de 1.829 candidatos. Destes, 179 se elegeram deputados estaduais em 23 unidades
da federação e 167, deputados federais por 19 partidos.
O delator não deixa claro quais
pagamentos foram feitos via caixa 2 e quais foram doações oficiais. No
depoimento, divulgado após a retirada do sigilo da delação, ele dá a entender
que os valores citados se referem apenas às campanhas de 2014. Em outro
depoimento, o dono da JBS, Joesley Batista, também afirmou que a maioria das
doações feitas pela empresa tratava-se de propina disfarçada por contrapartidas
recebidas.
“Doamos propina a 28 partidos”,
contou Saud, admitindo que os mais de R$ 500 milhões destinados a agentes
públicos para as eleições de 2014 formavam um “reservatório de boa vontade”.
“Era para que eles não atrapalhassem a gente", afirmou.
O delator cita ainda que foram
distribuídas "propina para 16 governadores eleitos e para 28 candidatos ao
Senado que disputavam a eleição, a reeleição ou a eleição para governador”,
acrescentou. Segundo ele, os governadores eleitos pertenciam ao PMDB (4), PSDB
(4), PT (3), PSB (3), PP (1) e PSD (1).
Ao entregar a documentação aos
procuradores, Saud enfatizou a importância do “estudo” que fez por sua própria
conta. “Acho que, no futuro, isso aqui vai servir. Aqui estão todas as pessoas
que direta ou indiretamente receberam propina da gente.” Os documentos
liberados pelo STF não trazem a lista de todos os nomes que fariam parte deste
levantamento aponta por Saud.
(Fonte: Agência Brasil)
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