Fachin derruba sigilo de João Santana e Mônica Moura; casal afirma que Lula sabia de propina
Foto: Cíntia Reis / Divulgação
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O sigilo do depoimento do casal
de marqueteiros João Santana e Mônica Moura foi levantado pelo ministro do
Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, nesta quinta-feira (11). No acordo de
colaboração premiada firmada pelo casal, eles relataram que o ex-ministro da
Fazenda, Antônio Palocci, teria intermediado, com o consentimento do
ex-presidente Lula, os pagamentos de propina para a campanha de sua reeleição,
em 2006. Mônica Moura afirmou à procuradoria-geral da República que a primeira
negociação com Palocci ocorreu em seu escritório particular quando ele não era
mais ministro. De acordo com Mônica, Lula sabia do montante não contabilizado
destinado à sua campanha, porque Palocci haveria dito que teria que consultá-lo
e ter autorização dos valores. A campanha, de acordo com Mônica, teria custado
R$ 24 milhões de reais, sendo R$ 13,7 milhões via caixa 1. Metade do valor de
caixa 2 seria pago por Palocci em dinheiro vivo e a outra metade seria quitada
pela empreiteira Odebrecht em transferências para contas no exterior. O
dinheiro teria sido recolhido por Mônica Moura em viagens para São Paulo. Ela
relatou que a quantia geralmente era entregue dentro de caixas de roupas e
sapatos. A parte prometida pela Odebrecht foi transferida para a conta de
Shellbill, sediada na Suíça, entre 2006 e 2007. O casal entregou o extrato da
conta na Suíça e uma agenda de Mônica em que constava as reuniões com o
ex-assessor e jantares com Palocci, as viagens para São Paulo.
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