Dois Ministros do STJ devem ser delatados pela empreiteira OAS
(FOTO: STJ) |
As negociações de delação
premiada da empreiteira OAS com procuradores da Lava Jato podem resultar na
abertura da primeira frente de investigação contra o Judiciário, aberta por uma
das empresas envolvidas nos esquemas de corrupção, a partir da citação dos
ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Benedito Gonçalves e Humberto
Martins, este atual vice-presidente da corte.
Os integrantes da Corte Superior
da Justiça do Brasil teriam sido apontados como beneficiários de recursos por
atuação no STJ em favor da empreiteira. E os executivos teriam dito que o
dinheiro da OAS teria sido repassado alagoano Humberto Martins por meio de seu
filho, Eduardo Filipe. Advogado com escritório em Brasília e atuante junto ao
STJ, o filho do ministro também teria se beneficiado dos repasses.
A proximidade do carioca Benedito
Gonçalves com o sócio da OAS preso em Curitiba, Léo Pinheiro, teria feito o nome
do ministro aparecer em um relatório da Polícia Federal. O empresário também
propõe acordo de delação ao Ministério Público Federal (MPF).
As informações são do jornal
Folha de S. Paulo, que afirmou ter ouvido os relatos de pessoas ligadas às
tratativas da delação.
Uma troca de mensagens do celular
de Léo Pinheiro, de 2014, foi interceptada pela Lava Jato. Na conversa com o
ministro Benedito Gonçalves, ele pergunta se o empresário iria ao aniversário
do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli. E também marcam
encontro no Rio de Janeiro.
Léo Pinheiro está disposto a
delatar ministros
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“Léo Pinheiro mantinha contatos
frequentes com o ministro Benedito Gonçalves, a ponto de o mesmo solicitar
atendimento para seu filho, tendo Léo Pinheiro escalado para tal tarefa o
advogado da OAS, Bruno Brasil”, diz o relatório de análise das mensagens feito
pela PF, segundo a Folha.
Após as revelações, a relação
entre os dois se tornou alvo de Uma investigação sigilosa no Conselho Nacional
de Justiça (CNJ) foi aberta depois que a relação entre Pinheiro e Gonçalves foi
revelada.
OUTRO LADO
Por meio da assessoria de
imprensa do STJ, o ministro Humberto Martins disse à reportagem da Folha que
“não tem relacionamento pessoal ou profissional com funcionários da OAS”.
“O ministro já se declarou
impedido de julgar os processos em que parentes de até terceiro grau atuem como
advogados das partes, de acordo com o estabelecido pela lei”, diz a nota sobre
Humberto Martins.
Segundo a assessoria do STJ, o
ministro Benedito Gonçalves não foi localizado para comentar o assunto.
Já a assessoria do advogado
Eduardo Filipe Martins disse que o filho do vice-presidente do STJ “nunca
advogou para a OAS nem mantém relacionamento pessoal com funcionários desta
empresa”.
(Fonte: Diário do Poder)
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