Dia Mundial sem Tabaco alerta este ano para danos causados pela produção do fumo
Marcelo Camargo/Arquivo Agência Brasil |
Além dos danos à saúde pública, a
produção e o consumo de produtos derivados do tabaco geram importantes impactos
socioambientais em todo o planeta – um deles é o uso de lenha para aquecer
estufas que secam as folhas de tabaco e que leva ao desmatamento e ao
desequilíbrio da biodiversidade em tempo de constantes mudanças climáticas. O
alerta é da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Custos à saúde e à economia
Dados da OMS mostram que o
consumo do tabaco mata mais de 7 milhões de pessoas todos os anos e custa aos
lares e aos governos mais de US $ 1,4 trilhão, em razão de despesas com saúde e
da perda de produtividade. “O tabaco ameaça a todos nós”, alertou a
diretora-geral da OMS, Margaret Chan. “Ele exacerba a pobreza, reduz a
produtividade econômica, contribui para pobres escolhas alimentares domésticas
e polui o ar interior”, completou.
“Entretanto, por meio da adoção
de medidas robustas de controle, os governos podem salvaguardar o futuro de
seus países protegendo usuários e não usuários desses produtos mortais, gerando
receitas que financiam a saúde e outros serviços sociais, salvando seus
ambientes das devastações provocadas pelo tabaco”, disse Margaret.
Cicatrizes ao meio ambiente
Ainda segundo a OMS, os impactos
do tabaco e de seus derivados na natureza envolvem dados como:
- Resíduos de tabaco contêm mais
de 7 mil produtos químicos tóxicos que envenenam o meio ambiente, incluindo
carcinogênicos humanos.
- Emissões de fumaça proveniente
do tabaco contribuem com milhares de toneladas de carcinogênicos humanos,
tóxicos e gases de efeito estufa para o meio ambiente.
- Cerca de 10 bilhões dos 15
bilhões de cigarros vendidos todos os dias no mundo são descartados no meio
ambiente.
- Bitucas de cigarro respondem
por 30% a 40% de todos os itens coletados em limpezas costeiras e urbanas.
Ameaça a mulheres e crianças
A entidade alerta ainda que o
tabaco representa ameaça a todo tipo de população e também ao desenvolvimento
nacional e regional dos países sob diversos aspectos, incluindo:
- Pobreza: cerca de 860 milhões
de fumantes adultos vivem em países de baixa e média renda. Estudos mostram que
nos lares mais pobres, gastos com produtos derivados do tabaco representam mais
de 10% do orçamento, o que significa menos renda para alimentação, educação e
saúde.
Infância e educação: as plantações de tabaco
comprometem o acesso de crianças à escola, já que entre 10% e 14% das famílias
que vivem em fazendas onde o produto é cultivado perdem aula em razão do
trabalho na lavoura.
- Mulheres: entre 60% e 70% dos
trabalhadores de lavouras de tabaco são mulheres, o que as coloca em contato
constante com produtos químicos perigosos à saúde.
- Saúde: o tabaco responde por
cerca de 16% de todas as mortes provocadas por doenças crônicas não
transmissíveis.
Brasil
Dados do Instituto Nacional do
Câncer indicam que, em 2011, foram gastos R$ 23 bilhões com o tratamento de
algumas das mais de 50 doenças relacionadas ao tabaco. Já a arrecadação com
impostos sobre cigarros recolhidos no mesmo ano foi da ordem de R$ 6 bilhões.
“Mas o custo do tabagismo no
Brasil, avaliado pela pesquisa, ainda está subestimado: não incluiu o custo
gerado pelo absenteísmo, a perda de produtividade, as despesas das famílias,
entre outros gastos indiretos relacionados ao tabaco”, destacou o órgão.
Durante as atividades do Dia
Mundial sem Tabaco, está prevista a divulgação de novo estudo com dados
atualizados sobre o impacto econômico do tabagismo no Brasil, incluindo custos
com a perda de produtividade.
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