Em crise, 32 lotéricas foram fechadas na Bahia em 2016
Foto: Rafael Neddermeyer / Fotos Públicas |
Com a crise econômica e defasagem
nos repasses da Caixa Econômica Federal, 32 lotéricas fecharam as portas na
Bahia em 2016. No Brasil, o número chegou a 500 unidades que tiveram o serviço
encerrado. Segundo a Associação dos Lotéricos (ALSPI), o setor vive uma crise
que é resultado de um problema antigo. “Estamos há 15 anos recebendo reajustes
muito abaixo do valor da inflação. A Caixa demora até 20 meses para corrigir os
repasses e quando faz é sempre muito abaixo do esperado”, pontua Adriana
Domingues, diretora de Comunicação da ALSPI. Ao Correio, ela afirmou que entre
2004 e 2016 o salário mínimo aumentou 238%, valor que foi assumido pelos
empresários lotéricos. “Os repasses da Caixa, no entanto, variavam 129%, um
valor 84% menor”, lamenta. De acordo com a ALSPI, as lotéricas realizam 66% das
transações do banco estatal. O presidente do Sindicato dos Lotéricos
Assemelhados e Correspondentes Bancários da Bahia (Sinloba), Ronaldo Matteoni,
defende que a Caixa deve fazer um estudo de viabilidade econômica das loterias.
“Ela precisa ajustar os repasses aos valores necessários para que as lotéricas
funcionem bem ou elas continuarão quebrando”, avisa. Em nota, a Caixa Econômica
rebateu as informações. O banco afirma que os reajustes são feitos
periodicamente. “Os últimos ocorreram em junho e julho de 2016, quando as
tarifas foram atualizadas, em média, 13,17% e os adicionais remuneratórios, que
incluem os adicionais de segurança e de custeio com transporte de valores, em
10,43%”, informa. Além disso, o número de unidades fechadas em 2016 seria menor
do que o informado pela associação. Segundo a Caixa, em 2016 foram encerradas
215 e abertas 70 loterias em todo o
Brasil, de um total de 13 mil estabelecimentos.
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