Caixa 2 generalizado é "opinião" da Odebrecht, diz Temer
(Foto: Marcos Corrêia/PR) |
“Acho que é uma opinião. A
Odebrecht é que acha que todos os políticos se serviram do caixa 2. Aliás, ao
assim se manifestarem, dizem que eles são os produtores do caixa 2. Eu conheço
muitos políticos que não se serviam do caixa 2 para se eleger. Eu fui
presidente de um partido [PMDB], o maior partido do país durante 15 anos, e as
contribuições chegavam oficialmente pelo partido”.
Temer descartou ainda que a
delação da Odebrecht vá atrapalhar a aprovação das reformas trabalhista e da
Previdência no Congresso Nacional. Após a delação, foi pedida a abertura de
inquéritos para investigar ministros do seu governo, além de deputados e
senadores da oposição e da base aliada.
“Quando um delator fala, há o
início de um processo que nem ainda é um processo judicial. Muitas vezes é um
inquérito de natureza administrativa. Depois pode dar-se a hipótese do
inquérito judicial, e depois é que o Ministério Público vai verificar se
denuncia ou não. E o Judiciário vai dizer se recebe ou não a denúncia”,
enumerou Temer, que reafirmou ter estabelecido uma “linha de corte”. “Quando
alguém é denunciado pelo Ministério Público eu afasto provisoriamente o
ministro. Se depois a denúncia for aceita [pelo Judiciário] eu afasto
definitivamente”, acrescentou.
Previdência
Ainda sobre as reformas em
tramitação no Congresso, Michel Temer disse acreditar que após os ajustes
articulados com o relator na Câmara dos Deputados, Arthur Maia (PPS-BA), a
Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/2016, que trata da Previdência,
será aprovada.
“Com essas adequações, a
impressão que nós temos é que vai ser possível aprovar a reforma. Eu, claro,
faço tudo pautado por uma equipe econômica”, afirmou o presidente. Segundo ele,
com a suavização da reforma da Previdência, a redução do déficit previdenciário
nos próximos dez anos cairá de R$ 820 bilhões para R$ 600 bilhões. Para Temer,
mesmo com a redução no volume economizado a reforma é “útil” porque contribuirá
para um país “mais organizado” em 2019.
O presidente disse ainda que as
manifestações contra seu governo são de “natureza política” e que, por isso,
“dá pouca atenção” ao tema. “A oposição é muito organizada. E, neste sentido, a
oposição até está legitimada a fazer este movimento. Eu dou pouca atenção a
isso, porque eu faço uma distinção muito grande entre atos populistas, que são
irresponsáveis, e o ato popular”, disse.
Segundo Temer, as mudanças que
sua gestão está promovendo se enquadrariam no conceito de ato popular. “O ato
popular é aquele em benefício do povo e demanda um certo período para ser
reconhecido. O que eu estou praticando não são atos populistas, são atos
populares. As reformas pesadíssimas que estou fazendo para preparar para o
futuro são o oposto dos gestos populistas. Então, em um primeiro momento, elas
assustam”, disse o presidente.
- Assuntos: presidente Michel
Temer
(Fonte: Agência Brasil)
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