PGR denuncia Ricardo Pessoa, Arthur Lira e Benedito Lira na Lava Jato

A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou nesta sexta-feira, 4, o empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC. A Procuradoria encontrou indícios para pedir a condenação de Pessoa por corrupção ativa e lavagem de dinheiro. A PGR denunciou também três parlamentares investigados na Operação Lava Jato. Os procuradores acharam indícios contra o deputado Arthur Lira (PP-AL), presidente da da CCJ da Câmara dos Deputados, e o senador Benedito Lira (PP-AL), pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Além deles, o deputado federal Aníbal Gomes (PMDB-CE), aliado dos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), também foi denunciado, mas por falsificação de documentos. No pedido encaminhado ao Supremo, a Procuradoria pede ainda que Arthur e Benedito devolvam R$ 7,8 milhões aos cofres públicos. Desse total, R$ 2,6 milhões são referentes à devolução dos valores desviados e R$ 5,2 milhões são referentes à reparação dos danos causados ao Erário devido à participação no esquema de corrupção da Petrobras. No pedido encaminhado ao Supremo, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, escreveu que Benedito e Arthur "auferiram vantagens indevidas de praticamente todas as formas observadas no esquema de corrupção e lavagem de dinheiro relacionado à Petrobras", argumentou o procurador-geral. Já Aníbal Gomes é acusado de ter falsificado informações na prestação de contas das eleições de 2014. Os três parlamentares são alvos de inquéritos abertos em março no Supremo Tribunal Federal (STF). Gomes é investigado no mesmo processo do qual Renan Calheiros é alvo, contudo, as investigações do presidente do Senado foram prorrogadas nesta sexta-feira por mais 60 dias, por decisão do ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Tribunal. Esta é a primeira vez que um empreiteiro é denunciado na Lava Jato pela Procuradoria-geral da República. Nos demais casos envolvendo executivos das construtoras, as apurações estão a cargo do juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal da Lava Jato. Contudo, neste caso, Janot entendeu que: "apesar de não ser titular de foro por prerrogativa de função, Ricardo Ribeiro Pessoa praticou condutas estreita e essencialmente vinculadas aos parlamentares em referência, com tratativas diretas em inúmeras vezes com ambos, circunstância que impõe o necessário processamento conjunto", argumenta o procurador-geral para manter a denúncia do empresário na Suprema Corte. No início da semana, a Polícia Federal havia encaminhado um relatório que apontava indícios da prática de crimes envolvendo Arthur e Benedito. No documento, a PF pediu também o afastamento dos dois políticos do mandato de parlamentar. Contudo, o procurador-geral decidiu não contemplar o pedido de afastamento na denúncia. "O procurador-geral entende que até o momento, não há registro de fundamentos suficientes para a medida ou qualquer medida cautelar substitutiva", diz o documento encaminhado ao Supremo. Os parlamentares do PP foram citados por três delatores da Lava Jato: o doleiro Alberto Youssef, o ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa e o empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC. De acordo com Youssef, Arthur Lira teve uma dívida de R$ 200 mil paga pelo esquema. A denúncia ainda permanece em sigilo por conter trechos da delação de Ricardo Pessoa, que ainda permanece sob sigilo no Supremo. Já Aníbal Gomes foi denunciado por ter falsificado documentos e informações referentes a sua prestação de contas à Justiça Eleitoral. Embora o parlamentar tenha indicado que doou de seu próprio bolso R$ 207,4 mil para sua campanha, ao prestar depoimento a investigadores da Lava Jato, ele disse que, deste montante, R$ 100 mil eram provenientes de doações feitas por "amigos e parentes". 

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