Partidos contemplados em ministério são menos fiéis a Dilma que em 2011

Nove dos dez partidos contemplados com ministérios no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff encerraram 2014 menos governistas do que em 2011, primeiro ano da petista à frente do Palácio do Planalto. Essa queda foi sentida não só em aliados ressentidos com o governo, como o PMDB, mas até no PT. A exceção na lista de siglas (PT, PC do B, PDT, PSD, PMDB, PP, PTB, PRB e PR) é o PROS, criado em setembro de 2013 e hoje agraciado com uma das mais importantes pastas, a Educação. A constatação, obtida a partir do Basômetro, ferramenta interativa do Estadão Dados que mede o grau de fidelidade dos parlamentares, leva em conta as votações na Câmara. A média de adesão às propostas de Dilma no último ano do primeiro mandato foi de 68% dos deputados presentes. Em 2011, a taxa ficou acima de 80%. Os partidos da base que encerraram 2014 como menos fiéis nas votações de interesse do governo foram o PP, com 61% dos deputados seguindo as ordens do Planalto, e o PSD, com 63%. Principal aliado de Dilma, o PMDB registrou 67%. Nem o PT manteve no fim da legislatura a lealdade à presidente vista em 2011. Os petistas tiveram uma média de 87% de governismo, ante 95% quatro anos antes. A exemplo de outros governos estreantes, Dilma iniciou o primeiro mandato em lua de mel com os aliados na Câmara. Nas votações dos primeiros seis meses, os parlamentares dos partidos da base garantiram um porcentual próximo de 100% nos projetos de interesse do Executivo. A principal pauta daquele ano foi a reforma do Código Florestal, que acabou aprovado após intenso debate. O nível de lealdade partidária começou a cair de forma sistemática a partir de 2012. As exceções neste período foram o PT e seu aliado histórico PC do B, cujos deputados mantiveram a fidelidade acima dos 90% nas votações da Câmara. No primeiro semestre de 2013, o Executivo viu crescer a pressão da base aliada. Todos os partidos, inclusive o núcleo composto por PT e PC do B, chegaram aos até então mais baixos níveis de obediência ao Planalto. Em média, o placar das votações registrou 66% de votos favoráveis da base às propostas de Dilma. O PT marcou então 90% e o PC do B, 80% de apoio de seus deputados. Maior aliado do PT em número de deputados, o PMDB começou o governo demonstrando alta fidelidade a Dilma, mas puxou a média do governismo para baixo à medida que aumentavam as tensões e as disputas por espaços na máquina federal.

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