Medicina da USP de Ribeirão tem 2 denúncias de estupro

A diretoria da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da Universidade de São Paulo (USP) recebeu duas denúncias de estupro. Diferentemente do que houve na Faculdade de Medicina da capital, porém, nenhum dos casos teria sido registrado em festas de alunos, segundo a direção. Um dos abusos, do começo de 2013, teria acontecido entre alunos da unidade em uma república. O outro, do segundo semestre deste ano, teria ocorrido à tarde, dentro do câmpus. Carlos Gilberto Carlotti Junior, diretor da FMRP, disse que a diretoria tomou providências em ambas as situações. Os episódios devem ser discutidos nesta terça-feira, 25, na segunda audiência pública da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa (Alesp) sobre denúncias de estupros na USP. Carlotti Junior já confirmou presença. Alunos da faculdade também foram chamados. Embora a primeira queixa tenha sido registrada fora da escola, de acordo com o diretor, duas comissões foram montadas. Uma delas era para investigar o episódio. A outra tinha o objetivo de sugerir medidas contra violências na FMRP. "Uma ação da comissão foi a proposição de mudanças na recepção de calouros", disse Carlotti Junior. A investigação da polícia ainda não foi concluída e o suspeito não estuda mais na faculdade. O segundo caso, conforme a denúncia, aconteceu por volta de 16 horas, em local pouco frequentado do câmpus. Além da apuração policial, a diretoria instalou outra comissão, formada por dois docentes e um procurador da USP, para investigar o fato. Os envolvidos e colegas tiveram suporte psicológico da faculdade, segundo a direção. Carlotti Junior ainda afirmou que os dois problemas foram levados à Congregação, instância máxima da faculdade. O órgão, disse ele, "entendeu que foram conduzidos de modo adequado pela diretoria". Ele também reafirma que nenhuma queixa está relacionada a festas estudantis. A Comissão de Direitos Humanos pretende questionar Carlotti Junior sobre a apuração de denúncias e o controle de festas na unidade. Em relação à possibilidade de suspender festas na FMRP, o diretor disse que o assunto será tratado em reunião de docentes, funcionários e alunos. Neste mês, um hino da bateria da FMRP já havia sido alvo de críticas na Alesp por ser considerado machista, racista e homofóbico. Já o diretor da Faculdade de Medicina na capital, José Otávio Costa Auler Junior, convidado novamente pela comissão, já disse que não vai. Ele espera a reunião da Congregação, que será feita amanhã, para se manifestar. A Congregação deverá definir as principais medidas a serem tomadas pela FMUSP para coibir atos de violência. Auler Junior se colocou à disposição da comissão para ir à próxima audiência. O Ministério Público investiga ao menos oito casos de estupro na unidade. Colaborou Fabiana Cambricoli

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