16 janeiro, 2016

Plantas da caatinga podem ajudar a combater mosquito aedes aegypti

Um grupo de pesquisadores do Instituto Nacional do Semiárido estão estudando duas plantas comuns na Caatinga: a cutia e a umburana. As plantas, segundo o estudo, ajudam a combater o mosquito aedes aegypti, que transmite a dengue, zika vírus e a chikungunya, por terem biopesticidas. Os testes mostraram que os compostos dessas plantas são capazes de exterminar até 50% das larvas dos mosquitos, valor de referência para que sejam classificados como eficazes. De acordo com o pesquisador Alexandre Gomes, que coordena o grupo, desde 2011 os estudos são realizados na caatinga em busca de substâncias com propriedades larvicidas contra o mosquito. “Já sabíamos que os compostos aromáticos, ou terpenoides, reconhecidos a partir do cheiro forte de certas plantas, são inseticidas. Se eu pegar a folha da pitanga e amassar, por exemplo, vou sentir o cheiro da pitanga. O mesmo ocorre com o cravo da índia. Essas plantas têm uma quantidade boa desses compostos chamados terpenóides”, explicou. Os óleos essenciais da cutia e da umburana também são obtidos por meio do sumo da folha. Os pesquisadores testaram os óleos de diversas plantas, como determina a Organização Mundial de Saúde. Os pesquisadores colocam o óleo misturado com água em copinhos e colocam 10 larvas do mosquito. Após 24 horas, contam quantas larvas morreram e avaliam se o resultado foi satisfatório. O coordenador da pesquisa diz que a vantagem desse tipo de pesticida é que essas substâncias são mais seletivas e agem em pragas específicas. Os resultados dos testes mostraram que os óleos matam mais de 50% das larvas, número de referência na biologia para saber se um composto funciona. “Um produto é considerado eficaz quando mata 50%”, ressaltou. Agora, os pesquisadores estudam se os óleos fazem mal apenas aos mosquitos e saber qual dose pode ser utilizada em pessoas, sem causar intoxicação. O grupo espera buscar parcerias com a iniciativa privada para disponibilizar os óleos ao mercado a partir do segundo semestre desse ano. As plantas usadas foram coletadas no Parque Nacional do Catimbau, em Pernambuco, e também podem ser encontradas em Sergipe e no Espírito Santo.

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