Forças Armadas não são ‘responsáveis exclusivas’ pela ditatura, diz Wagner
Governador e futuro ministro da Defesa, Jaques Wagner defendeu na manhã desta segunda-feira (29) que é um equívoco tratar as Forças Armadas como “responsáveis exclusivas” pelos crimes cometidos durante a ditadura militar. Wagner afirmou, durante a entrega do primeiro relatório da Comissão Estadual da Verdade, que não se pode esquecer “que ninguém se sustentaria sem apoio político da sociedade civil”. “Existe um personograma de quem levou as Forças Armadas por esse caminho, inclusive civis, empresários, até da comunicação da época. Isso foi construído com lideranças da época. Quando a gente foca apenas nas Forças Armadas, a gente dificulta a busca da verdade”, classificou o futuro titular da pasta que coordena as atividades de Marinha, Aeronáutica e Exército. Para Wagner, é importante revisitar a história, para que os fatos sejam de conhecido público. “Nós não podemos ter duas histórias aqui. Nós podemos ter duas versões da história, mas a histórica fática existe e é uma só. Alguém pode dar uma versão, interpretar que esse foi culpado ou não, mas a verdade dos fatos é colocada para análise de todo mundo”, indicou. Ao comparar que a distensão com forças ligadas ao antigo regime a um transatlântico, o governador sugeriu que são necessários “movimentos suaves” para evitar um choque entre passado, presente e futuro. “Eu preciso ganhar a sociedade para isso. Vocês viram pessoas recentemente levantando bandeira para o retorno da ditadura. Eu acho que qualquer precipitação não contribui. Tem muita coisa que está acontecendo e não necessariamente vem a público e virá quando estiver consolidado”, apontou.
Comentários