Deputados apresentam emendas à projeto de que pode levar à privatização da Ebal
A perspectiva de privatização da Empresa Baiana de Alimentos (Ebal) repercutiu na Assembleia Legislativa do Estado da Bahia (AL-BA), com pelo menos três deputados propondo emendas ao projeto de lei que deve ser votado na próxima semana. Um deles, Euclides Fernandes (PDT), pretende que os funcionários da estatal sejam alocados de forma provisória na Secretaria de Administração do Estado até que sejam alocados para uma secretaria, de forma definitiva. “Há uma ideia de uma reforma de modernização do governo e de acabar com a Ebal. Temos que respeitar os direitos adquiridos, pois eles são funcionários de uma empresa criativa”, afirmou Fernandes. Segundo o deputado, dos 2.647 dos funcionários ativos da Ebal, boa parte é formada por cargos comissionados que não realizaram concurso e que por lei podem ser exonerados a qualquer tempo. Já os servidores concursados recebem salários que atingem até R$ 1.500, para os cargos de analista Nível Superior, uma das remunerações mais baixas do Estado. Euclides reforçou que é necessário que os funcionários sejam assistidos enquanto não há definição do seu destino. Os outros dois projetos, dos deputados Paulo Azi (DEM) e Augusto Castro (PSDB), têm conteúdo semelhante, com a solicitação de que seja feita uma audiência pública para discutir o assunto antes da votação dos projetos. “Não tenho muita esperança de que a audiência aconteça porque, até pra evitar maiores desgastes, o governo quer votar logo pra não dar tempo da população e os funcionários tomarem conhecimento da repercussão desse projeto”, afirmou Azi. De acordo com o deputado federal eleito, há um sentimento nas entrelinhas de que o governador eleito Rui Costa (PT), vá demitir os funcionários. “Rui precisa esclarecer isso e jogar sério com os funcionários, essa história de que o mercado vai contratar eles não existe, é balela”, afirmou o deputado. “O governo parece não ter coragem de extinguir a Cesta do Povo e além de fazer isso de uma maneira não clara, não esclarece o destino de funcionários”, provocou o democrata, que declarou ser muito provável que caso a estatal seja privatizada, em muito locais ela não teria continuidade por causa da falta de rentabilidade comprovada. “Eu enxergo que a atitude é precipitada, porque ela regula preços de diversos produtos e em municípios do interior é a única loja que fornece produtos de qualidade para a população”, disse Azi. Procurado pelo Bahia Notícias para comentar a sua emenda, o deputado Augusto Castro não foi localizado.
Comentários