O governador da Paraíba, Ricardo Coutinho(PSB), afirmou nesta quarta-feira (19), após audiência com a presidente Dilma Rousseff, em Brasília, que ela manifestou preocupação com o andamento e a eventual paralisação de obras públicas executadas por empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato.
Desde a última sexta-feira (14), 24 pessoas foram presas na sétima fase da operação, que investiga lavagem de dinheiro e desvio de recursos da Petrobras. A maioria dos presos é de funcionários e executivos de nove das principais empreiteiras do país.
Coutinho disse que uma das obras que é objeto de preocupação da presidente é a transposição do Rio São Francisco. Na audiência com Dilma, o governador pediu recursos para um terceiro eixo complementar das obras de transposição no estado. A assessoria do Palácio do Planalto não confirmou as declarações de Coutinho.
“Ela, como uma gestora, tem uma preocupação, naturalmente, com o país. Todo mundo fica preocupado, com o que pode acontecer caso você tivesse um processo de empresas inidôneas”, disse.
Uma vez consideradas inidôneas pela Controladoria-Geral da União, as empresas ficam proibidas de participar de licitações ou de celebrar contratos com a administração pública.
Segundo Ricardo Coutinho, entre as construtoras encarregadas da transposição na Paraíba estão a Queiroz Galvão e a Mendes Júnior, que tiveram executivos presos.
O governador contou que, durante a reunião, Dilma expressou, “por diversas vezes”, o interesse de saber quando as obras de transposição serão concluídas. Segundo ele, a previsão de entrega é meados de 2016.“Chegamos a comentar exatamente isso [de que não dá para parar as obras]. Eu expressei este meu ponto de vista que é também o ponto de vista dela. E que o governo vem dizendo há algum tempo – não dá para parar o país”, relatou o governador.
Segundo ele, “qualquer pessoa de bom senso” sabe que que seria impossível para um país com as dimensões do Brasil ter obras paralisadas. “Imagine parar uma transposição do Rio São Francisco agora e todo esse investimento feito, bilhões, ficar pela metade, e a água não chegar”, afirmou.
(Fonte Globo.com)
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